sunny side up

com a passagem de cada inverno (assim que as vagas de calor começam a destacar) reproduzem-se nos autocarros senhoras de boa moral em casta indignação "não pode subir a temperatura que vêm logo para a rua despidas...". sistemático. há que as topar todos os anos, pela mesma altura, a repudiar menos camadas de roupa. sou suspeita e aprecio ver a ligeireza da chanata, alças e saias airosas. bem reconheço que há de se reconhecer piada ao frio lareira e edredãos por cima. tudo isso. mas a sandália rasteira com o pé de fora oh (e não dará para reparar na manteiga? custa menos a barrar).

Penso mas não existo logo.

Só existo passado um bocadinho *

houve uma rapariga no universo de antes. era uma rapariga de porcelana, saída de suskind com as bochechas a rebentar de sardas, o cabelo muito laranja. bonita para a pupila. talvez, até à altura, não entendesse a capacidade que só alguns têm de se construir na antagonia.

*  in "Irreflexões" de I.K.Centeno (Atica)

certíssimo...

sei que todas as pessoas têm mais que muitas facetas, às vezes uma para cada dia da semana. sei que gostar de viver em vizinhança pode explodir pela culatra. há uma certa piada na proximidade bairrista, na conversa de janela. é giro convenha-se. sei que vizinhos velhinhos podem ser doces e podem ser acres, como qualquer indivíduo de qualquer idade em qualquer espaço existencial. constato é que podem esburacar toda a bela da pachorra perfumada na pretensa liberdade de, em agradáveis noites de fim de semana, bater à porta para notificar que não posso fumar na minha própria casa sob ameaça de queixa às autoridades.

“fumar só pode no terraço ou à janela” 

certo certinho certíssimo

 *abençoada marlene (imagem)

do desejo #2

musica para o nosso domingo arrastado

nem todo livro decente se encontra na fnac #2

* pronta a encomendar

nem todo livro decente se encontra na fnac #1

* acabadinho de chegar em papel pardo, go Livpsic!